Tendo em vista a evolução que estamos vivenciando na área secretarial, eu gostaria de propor uma discussão sobre os Quatro Pilares do Secretariado.
A professora Solange Giorni, em seu livro Secretariado, uma profissão, cita a Resolução emitida pelo Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Secretariado Executivo bacharelado.
Ela oferece as diretrizes que as Instituições de Ensino Superior deverão observar para os projetos pedagógicos que admitirão linhas de formação específicas nas áreas relacionadas às atividades gerenciais, de assessoria, de empreendedorismo e de consultoria.
Por ser um tema abrangente, farei esse artigo em duas partes.
Nessa, abordarei os pilares: gerencial e assessoria e na segunda: empreendedorismo e consultoria.
Gostaria de iniciar esse texto sugerindo alguns questionamentos: Qual é o profissional que está sendo formado? O que o mercado está buscando? Exigências e formações são convergentes?
De acordo com algumas pesquisas, um perfil gerencial contempla atividades como planejamento, organização, comando, coordenação e controle, além do monitoramento das metas estabelecidas e a análise de eventuais desvios dentro de uma área ou departamento.
Nota-se, pelas vagas publicadas, atualmente, que o mercado tem buscado no profissional de secretariado um perfil mais estratégico, alinhado com o perfil gerencial, pois se espera desse profissional uma atuação eficaz na autogestão e realização de suas atividades, no acompanhamento e coordenação de compromissos, processos e projetos.
Busca-se também senso de responsabilidade, organização, dinamismo e comprometimento com os objetivos da empresa e do gestor, estabelecimento de prioridades, facilidade de comunicação e habilidade no relacionamento com a equipe e o atendimento e a negociação com clientes internos e externos, por isso um sentido apurado e uma visão sistêmica da empresa se tornaram fundamentais.
Percebe-se que esse perfil vai muito além da parte técnica requerida há alguns anos que era dar apoio nas rotinas administrativas (atendimento, arquivo, gestão de documentos e de informação, habilidade para gerenciar agendas, viagens, eventos, entre outras), não que essas tenham deixado de ser solicitadas, mas hoje se demanda também o desenvolvimento de competências e habilidades mais gerenciais e comportamentais.
O mercado também busca um profissional assessor, entendendo-se por assessoria o profissional responsável pelo fornecimento de dados sobre determinado assunto, levantamento, direcionamento e distribuição de informações, gerenciamento de documentos, excelência no atendimento, conhecimento dos processos administrativos, mas também agente de mudanças, com autonomia que pode variar de gestor e de empresa.
Dentro desse cenário, uma análise nas grades curriculares oferecidas pelos cursos de secretariado, vê-se um conteúdo diversificado, que oferece ao futuro profissional transitar por diversas áreas de estudo, desde línguas (materna e estrangeira), fundamentos de direito, administração, contabilidade, economia, marketing, psicologia, desenvolvimento humano e social, gestão de processos, além de etiqueta empresarial, organização de eventos, ética e, principalmente, os fundamentos da profissão secretarial propriamente dita, favorecendo uma formação generalista e multipotencial.
A globalização, a internet, a volatilidade e a velocidade das informações transformaram os cenários e era impossível que o mercado, as instituições de ensino e os profissionais permanecessem estáticos.
Mas, e os profissionais que já estão formados há algum tempo, têm conhecimento dessas informações? Estão alinhados com esse perfil e com as mudanças?
Essas competências generalistas exigidas para atuar em diversos segmentos de negócio são encontradas nos profissionais mais “clássicos”?
Gostaria de saber a sua opinião. Co-crie esse artigo comigo. Veja a segunda parte do artigo aqui.
Precisa repensar sua carreira? Fale comigo, tenho uma longa carreira no secretariado e em gestão de pessoas.
Estou seguindo para o penúltimo semestre do curso e ainda não consigo percerber que as exigências e formações são convergentes. Muito me interessa escutar sobre empreendimento e consultoria, passamos voando por esses assuntos durante o curso e parece que o mercado não entende a autonomia do secretariado. Participo de treinamentos, palestras entre outros, voltados para o secretariado, porém percebo que ultimamente está muito voltado para área comportamental, bem, não que eu não acho ótimo, gosto inclusive, mas me parece que a parte técnica está ficando a desejar. Como citou, o curso nos direciona para assessoramento, mas não incentiva à busca de informações além grade, ou até mesmo desenvolver visão sistêmica, o que julgo ser de grande importância para um profissional. Parece que a grade vem embaralhada e você descobre que não sai preparado para exercer um cargo, sempre é necessário buscar mais, buscar fora. Se para nós, que estamos nos formando neste processo atual e volátil já encontramos dificuldade em exercer o que mostram que o mercado está exigindo, imagina aqueles que há tempos se formou? Ou quando estes profissionais são convidados a participar de eventos secretariais geralmente é para escutar sobre comportamento em vez de ser preparado para essas exigências ou melhor, alinhar as técnicas secretariais através da inovação? Inclusive, a impressão é que trazem para nós um tipo de perfil que devemos ter que, ou o mercado desconhece, ou você não é preparado para isso. Ainda vamos atender muito telefone, fazer check-in para os executivos e suas famílias, além de resolver seus problemas pessoais de contas a pagar, reunião de colégio para marcar até a classe perceber que falta alinhamento de informação e repasse para os executivos e para a sociedade que o profissional de secretariado evoluiu. É preciso se unir mais e treinar técnicas novas, esquecer um pouco comportamento, deixa pro RH, pro psicólogo, pros coachs! Nós gostamos de falar, de escrever bem, mas tem hora que os artigos parecem os mesmos e os workshops para aprender técnicas novas vão desaparecendo. O secretariado está me dando uma base de organização, de escrita melhor, de servir, o que começo a pensar em levar para atuar em outras áreas, menos secretariar.
Olá Viviane, obrigada por expor sua opinião. A ideia desse texto foi justamente essa, entrarmos em um debate sobre os caminhos da profissão. Eu entendo a sua “angústia” sobre a falta de abordagem a respeito das técnicas secretarias, não sei se você já atua na área, mas o que ocorre é que a área secretarial é bem ampla, e se abre para várias atividades (tipos de empresas, de segmentos, de executivos, etc.) e a profissão se modifica a cada ano e cabe a nós, como profissionais mostrarmos isso ao mercado e aos executivos. Desde que me formei, escuto que a profissão vai acabar… Mas ela só vem se transformando.
Sobre as faculdades passarem o conteúdo de forma “embaralhada” e você ter de buscar informações além, a faculdade irá lhe dar noções de alguns temas, pois como o secretariado é uma profissão generalista, não é possível aprofundamento, creio que a função seja dar “uma aperitivo” de cada assunto para que as pessoas se identifiquem, percebam o que tem mais ressonância consigo, pesquisem e saiam em busca de mais, mas isso é de cada pessoa, há pessoas que se restringirão ao conteúdo e há aquelas que irão além, não há regras. Na minha visão, um profissional hoje não pode se restringir à faculdade.
Vejo a assessoria hoje como o pilar mais conhecido e solicitado ao profissional e muitas das técnicas estão nele. Por exemplo, o que você citou sobre atender telefone, fazer check-in, pagar contas e cuidar de assuntos pessoais, todas essas atividades vão depender muito do tipo de empresa e perfil de executivo, além disso, acredito muito que a postura com a qual encaramos essas atividades é que precisa de reflexão. Se o profissional secretário é um agente facilitador, quando ele assume essas atividades e as resolve com maestria, ele permite que seu executivo fique livre para pensar nas estratégias do negócio, portanto, o profissional precisa entender seu papel dentro da empresa em que está atuando, para dar aquilo que é necessário naquele cenário e ir explorando e demonstrando até onde pode ir. Eu abordo muito a questão comportamental, pois acredito que a técnica seja mais simples, pois ensinar alguém a ter visão sistêmica, quando essa pessoa é muito centrada em seus próprios processos e não percebe os impactos no todo, é muito mais difícil, por isso, creio que tudo comece pelo autoconhecimento, é preciso antes saber qual é o seu próprio perfil, para então reconhecer se tem aderência com a profissão. Sua opinião foi muito importante e suas sugestões servirão como temas para meus próximos textos. Obrigada.
Agradeço as considerações.
Abraços.
oi paula, te segui no linkdin, me chamo Gabrieli e gostaria de te perguntar algumas coisas para a minha pesquisa de tcc em secretariado executivo.
olá Gabrieli, agradeço seu contato e me coloco à disposição para ajudá-la
Prezada,
parabéns pelo texto.
Mas completo que são 5 pilares, pois inclui-se a Docência. Os demais pilares não se sustentam sem a educação. Assim, o profissional de Secretariado Executivo pode e deve seguir a carreira acadêmica para formar outros profissionais de Secretariado.