Nosso primeiro Encontro de Leitura e Meditação no Parque Villa Lobos aconteceu no dia 16 de fevereiro e foi um momento muito agradável, no qual pudemos desfrutar do ambiente do parque, trocar experiências e compartilhar alguns pontos importantes do livro da Dra. Susan Andrews, O Stress a seu Favor, além de praticarmos uma técnica de meditação que nos auxilia a desenvolver uma atitude mais observadora e ter mais clareza mental.
Compartilho o resumo do livro com o intuito de despertar seu interesse na leitura completa, pois aqui há um breve compilado de alguns pontos que destacamos como importantes para o encontro, em razão da limitação de tempo, mas o livro tem muito conteúdo e vale uma leitura na íntegra.
Resumo do Livro “Stress a seu Favor”, da Dra. Susan Andrews
Nesse livro a Dra. Susan nos explica o que é o estresse e como ele se desenvolve em nosso corpo, além de propor algumas técnicas para amenizar seus efeitos nocivos em nossa vida. Portanto, a primeira coisa que precisamos entender é: O que é o estresse?
“É a resposta do corpo a qualquer demanda, quando forçado a adaptar-se à mudança.”
O corpo possui um funcionamento básico para acionar os sistemas nervosos (simpático e parassimpático) para atender as demandas externas, ou seja, as mudanças. Cada um desses sistemas é responsável por uma resposta do corpo e eles trabalham de maneira autônoma, independentemente da nossa vontade.
O sistema simpático é quem responde ao estresse. Ele é o responsável por enviar comandos para o nosso cérebro, sinalizando que algo não está bem e que temos que LUTAR ou FUGIR. Assim, sempre que o corpo detecta uma ameaça, real ou imaginária, esse sistema é ativado. Suas reações são os sinais de SOS do corpo, que reage manifestando rubor, aceleração respiratória e cardíaca, dilatação de pupilas, entre outras, como uma preparação para o ataque ou a fuga.
O sistema parassimpático é quem inibe os sinais de SOS. É ele quem dá os comandos de relaxamento e descanso quando entende que está tudo bem. Ele armazena energia e promove crescimento. Pode ser chamado de guardião, ou como ela se refere “caseiro”, pois é o responsável por manter a ordem interna, as funções básicas como digestão, movimentos peristálticos, cardíacos, respiratórios e outros.
Quando acionamos demasiadamente o sistema simpático, o corpo produz excesso de cortisol, o chamado hormônio do estresse.
O que ocorre hoje é que estamos, frequentemente, em estado de alerta. Nosso trabalho não termina quando finalizamos nossos expedientes formais: há sempre demandas inacabadas, pressões, cobranças e autocobranças. Demandas da casa, dos relacionamentos, as contas a pagar…
COMO MUDAR ISSO?
Identificando que é através da nossa forma de ver e interpretar as situações que esses sistemas são ativados. PERCEPÇÃO INDIVIDUAL
Um mito sobre o estresse: aquilo que me estressa também estressa você. Nem sempre. Há respostas diferentes para as mesmas situações. Se fizermos uma pesquisa, notaremos divergências de opiniões sobre o que é estressante, em grau e importância, para cada pessoa.
Portanto, é a nossa ATITUDE diante das situações que ativa os sistemas e não a situação propriamente dita.
Existem três aspectos envolvidos na ocorrência do estresse:
- O evento ou situação;
- Sua avaliação, percepção interna;
- Reações fisiológicas.
Nossa natureza é psicológica; tudo está em nossa mente. Assim, nossa atitude diante das situações é determinada pela interpretação que damos às situações e ao mundo ao nosso redor.
Portanto, ao nos tornarmos irritadiços e negativos com as pessoas e o mundo à nossa volta, provocamos o acionamento do sistema simpático, que informará que algo vai mal e que é necessário reagir, lutando ou fugindo, acarretando uma descarga de cortisol no organismo. Se essa resposta for contínua, a descarga de cortisol será muito intensa e sobrecarregará o organismo, gerando estresse constante.
No livro, a Dra. Susan cita as pesquisas realizadas por dois cardiologistas, Rosenman e Friedman, que postulam que as pessoas de personalidade do tipo A têm um risco muito mais elevado de ataque do coração e outras doenças que as do tipo B.
As pessoas de personalidade do tipo A são definidas por três características:
- Estão sempre com pressa e fazendo várias coisas ao mesmo tempo;
- São altamente competitivas; e
- Apresentam alto grau de hostilidade
Um fator-chave da deflagração da resposta ao estresse que causa doença, não é estar sobrecarregado ou pressionado, é a hostilidade – tornar-se irritado e negativo com as pessoas e com o mundo à nossa volta. As pequenas raivas diárias podem matar.
Dessa forma, ela sugere ser necessário desenvolver uma personalidade mais resistente ao estresse.
As pessoas do tipo B apresentam as características que as fazem resistir mais ao estresse, pois possuem ATITUDES 3Ds. Elas encaram a vida de forma mais leve, pois:
- Percebem as mudanças como Desafios e não como ameaça, vendo-as como forma de crescimento em oposição a enxergá-las como um problema.
- Possuem Direção de pensamentos, isto é, ao encarar as situações como desafios, desenvolvem o pensamento positivo como consequência, pois procuram sempre ver o melhor de cada situação.
- Dedicação – elas têm uma Meta Maior. Sabem onde querem chegar e possuem senso de propósito, o que lhes confere uma vida com significado, pois se movem por uma meta mais “elevada”. Toda mudança de rota é encarada como evolução e crescimento para se atingir um objetivo maior.
Portanto, estas pessoas possuem Liberdade.
A melhor das liberdades: a de escolher como responder às situações vividas.
Não é possível eliminar o estresse de nossas vidas, nós precisamos dele. Lembre-se: ele é a resposta do corpo às mudanças, sejam boas ou ruins, e quem dará esse juízo de valor será sua interpretação.
“A estrutura do nosso sistema nervoso funciona como a corda de um instrumento musical – deve estar suficientemente tensa para produzir um som, mas não tão tensa a ponto de arrebentar.”
E essa visão se completa com o exemplo das borboletas: se você tentar ajudar uma borboleta a romper sua crisálida, ela morrerá, pois não ganhará resistência em suas asas, uma vez que é a força que ela exerce para rompê-la que fortalece suas asas.
Assim, nossa meta é contrabalancear a ativação dos sistemas, converter a resposta ao estresse no seu oposto – a resposta ao relaxamento.
E como fazer isso? Dra. Susan sugere cinco passos:
- Respiração – observar sua respiração, perceber a velocidade, a profundidade, como ela ocorre em seu corpo. Modular essa respiração de forma consciente, aprofundando a respiração e diminuindo seu ritmo.
- Yoga – ela sugere que os asanas, as posições realizadas no yôga, promovem a tonificação de nosso corpo.
- Automassagem – todos precisamos do toque. O toque físico é um dos responsáveis pela produção de serotonina, o hormônio do bem-estar, pois ele é um neurotransmissor que atua no cérebro e regula o humor, o sono, o apetite, o ritmo cardíaco, a temperatura corporal, a sensibilidade à dor, os movimentos e as funções intelectuais.
- Relaxamento profundo – auxilia a atingir um estado de relaxamento físico (relaxamento muscular e redução do estímulo do sistema nervoso simpático) e mental (tranquilidade e equilíbrio interior).
- Meditação – alivia o estresse e energiza porque ajuda no revigoramento do sistema nervoso, diminuindo a secreção do cortisol, o hormônio do estresse. Desenvolve a habilidade de pensar com clareza, perceber a si mesmo, se observar e se colocar em contato com seu mundo interior.
O pulo do gato é a integração, isto é, “faça a energia do estresse trabalhar a seu favor, aprendendo a intercalar os períodos de estresse, que são tão essenciais para seu crescimento, com períodos de relaxamento completo, para recuperar-se. Aprenda harmonizar pressão e pausa, atividade e relaxamento. Incorpore essas práticas simples em seu cotidiano” e sinta a diferença!
Paula Pilastri e Priscila Mota