Autoestima – a qualidade de quem sabe o valor que tem. Alguém que se contenta com seu modo de ser e demonstra confiança em seus atos e ideias.

Reconhecer o próprio valor é olhar para si com carinho, aceitar as próprias dores e fraquezas e se acolher num longo abraço, entendendo suas limitações, não buscando perfeição e sim reconhecendo quem se é.

É admitir e fazer as pazes com as próprias fragilidades, levando em conta que não podemos acertar sempre e está tudo bem.

Toda compreensão e percepção que se tem do ambiente, seja ele externo ou interno, é elaborada por meio dos pensamentos e das emoções e é assim também com a autoestima.

Dessa forma, a percepção e os sentimentos que desenvolvemos em relação a nós mesmos surgem por meio do que pensamos e sentimos a nosso respeito. Essa avaliação pode ser chamada de autoconceito ou crença, aquelas verdades “absolutas” que temos a respeito das coisas, situações, dos outros e de nós mesmos.

Então, por que desenvolvemos conceitos negativos a nosso respeito a ponto de termos a nossa autoestima abalada?

Esses sentimentos podem ter origem em nossa infância e as razões podem ser inúmeras. Mas por que, após adultos, continuamos a nutrir esses sentimentos?

Carl Jung nos ajuda a refletir: “Eu não sou o que aconteceu comigo, eu sou o que escolho me tornar”.

Portanto, uma das coisas que contribuem para que a autoestima se mantenha alterada é a manutenção de alguns hábitos sem a devida atenção.

A primeira delas é a comparação, isto é, olhar para fora, buscando referências no externo. Esse hábito nos confunde, uma vez que estaremos sempre comparando algo realmente bom do outro, com algo que em nós não é tão bom assim. Isso esgota nossas energias e faz com que fiquemos sem forças para continuar e tendemos a nos paralisar, estabelecendo níveis elevados, os quais dificilmente alcançaremos.

Outro ponto é seguir todos os padrões impostos pela sociedade, pais, amigos, chefes, companheiros, sem nos questionar se de fato essa é a nossa vontade. É preciso observar se realmente queremos seguir esse modelo imposto ou se estamos apenas seguindo estímulos externos. Ao analisarmos de forma mais impessoal, permitimo-nos encontrar um modelo próprio, aquele que realmente nos completa e nos realiza.

A chave mestra para auxiliar nessas ações é desenvolver o autoconhecimento. É ele que nos permite assumir, sem máscaras, aquilo que realmente somos, sendo autênticos e não agindo apenas para agradar os outros.

Ele nos possibilita reforçar nossos potenciais e descobrir de fato quem somos, e assim, podemos deixar de dar tanta importância às opiniões, críticas, julgamentos e até elogios alheios e nos expressar assertivamente, posicionando-nos a respeito do que queremos e gostamos e até arriscar a dizer “não” sem muitas explicações, quando é preciso.

Outro passo para fortalecer nossa autoestima é tomar decisões acreditando nas próprias capacidades, projetos e ideias e coloca-los em prática, reconhecendo e valorizando as pequenas conquistas, pois isso gera autoconfiança. Desafiar-se é uma oportunidade de superar os próprios limites e isso aumenta nosso valor.

Porém é preciso considerar que nem sempre vamos acertar e que os fracassos e as frustrações, as mágoas e os ressentimentos podem ocorrer, mas é preciso aprender com eles.

Porque não podemos nos definir por nossos fracassos. Erros, falhas e comportamentos não podem definir quem de fato somos.

Lembrando que apenas nós exercemos controle sobre nossas vidas, assim, nessas situações é importante exercitar o papel do observador, olhando a situação de fora, de forma impessoal, exercitando um novo olhar, aceitando o que não se pode mudar e mudando o que se pode, aperfeiçoando-se continuamente e o mais importante, praticando o auto perdão pelos equívocos do caminho.

Outro ponto fundamental é desenvolver relacionamentos saudáveis, com os outros e principalmente, consigo mesmo. Além de manter o otimismo, o sentimento de merecimento e gratidão. Equilibrar as áreas da vida (lazer, trabalho e descanso) e cultivar hábitos de cuidado com a aparência e o bem-estar físico e mental, os quais também fortalecem nosso amor próprio.

Além de dedicarmos tempo para refletir sobre nossos sonhos e objetivos em cada área de nossa vida, saindo do automatismo, questionando-nos sobre quais ações são necessárias para consegui-los, se estamos no caminho certo e, sobretudo, viver alinhado com os próprios valores. Usando nossa voz interior como uma boa conselheira.

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