Os encantos da vida passam pelo cultivo de hábitos simples. Acontece que estamos tão condicionados pelas complexidades que a simplicidade nos assombra.
O estilo de vida atua nos cobra alta performance, melhoria contínua e uma agenda mega ocupada.
Dizer às pessoas “não tenho tempo”, “estou correndo”, “tenho muitas tarefas a cumprir” e “vamos marcar” virou motivo de status. Somos alguém muito importante, pois vivemos sempre muito ocupados.
Mas a vida nos pede pausa, é preciso desacelerar. Foi preciso uma pandemia mundial para nos frear.
Nunca tivemos tanto tempo e nunca ficamos tão perdidos com o que fazer com ele, pois estávamos sempre tão atarefados com demandas externas, dos outros, do trabalho, da família que nunca tínhamos tempo de nos olhar e perceber as nossas necessidades.
Portanto, creio que esse momento seja o melhor para retomarmos o cultivo de nosso próprio bem-estar, aprendendo a ouvir o nosso corpo e os nossos reais desejos.
Assim, minha proposta é muito simples, volte a se ouvir. Fique com você um tempo. Perceba-se, aprenda a cuidar de seu corpo e mente, assim como cuida de outros afazeres.
Desenvolva a consciência de suas necessidades verdadeiras. Descanse e durma quando sentir vontade. Tire um tempo pra você, tome um banho demorado, nutra sua pele com gentileza, auto massageando-se. Alimente sua mente com informações construtivas, leituras edificantes, literatura ou algo de seu interesse. Aprenda algo que sempre quis, seja um instrumento ou uma arte.
Caminhe, alongue-se, beba água e se alimente saudavelmente.
Medite! A meditação é uma das melhores técnicas de bem-estar, por sua simplicidade.
A meditação é um momento em que nos dispomos a dedicar um tempo a nós, para apenas observar, para criar um vínculo real e efetivo com nossos pensamentos, sensações e emoções.
A prática consiste em sentar-se por alguns minutos, diariamente, e usar uma âncora de concentração para manter sua mente desperta e seu corpo relaxado. Essa técnica praticada rotineiramente proporciona benefícios reais em nossa saúde física e mental.
Ao praticarmos a imobilidade corporal, damos um comando ao nosso corpo que ele relaxe e mandamos um sinal ao nosso cérebro que é um momento para desenvolvermos a concentração de nossa atenção em uma âncora (por exemplo, a respiração) apenas observando o fluxo de entrada e saída de ar em nosso corpo, treinamos nossa mente a filtrar o que não é relevante e se concentrar no que realmente importa.
É evidente que pensamentos continuam a surgir em nossa mente, mas cultivamos a gentileza e apenas dizemos a eles “agora não” e voltamos o foco de nossa atenção a nossa respiração.
Esse treino diário desenvolve em nós a capacidade de pensar com mais clareza, melhora nossas habilidades cognitivas, nossa criatividade, memória e concentração, além de regular nosso equilíbrio emocional. Experimente.
Paula Pilastri