Atender é superar as expectativas das pessoas. O atendimento é um ato de servir. Servir no sentido de colaborar com a pessoa que te busca. Auxiliando-a na realização de seu objetivo, num desprendimento do Eu para entender a busca do outro, suprindo sua necessidade imediata.
Esse processo só se efetiva satisfatoriamente quando abrange aspectos, como empatia, respeito, paciência, cortesia e atenção.
Empatia para se dispor a deixar o que é importante para si naquele momento e se colocar no lugar do outro e compreender seus anseios. Respeito, levando em consideração a pessoa que está ali, pois não conhecemos sua história, suas dores ou motivações. E quando somos empáticos e respeitamos, naturalmente somos pacientes, corteses e atenciosos com as necessidades alheias.
O que ocorre é que estamos tão ocupados com nossas próprias frustrações e desejos que não temos tempo, nem disposição, para entender ou enxergar o outro. Mas esse ciclo está nos deixando cada vez mais estressados, ansiosos e doentes.
Quando nos damos conta de que em qualquer ambiente que nos encontramos, seja na família, com os amigos ou no trabalho, estamos nos relacionando com o outro e, portanto, atendendo o outro, percebemos o quanto julgamos e exigimos desses o que nós não temos ou fazemos.
Nossa cultura nos levou a olhar para fora e exigir que o externo nos satisfaça, mas, muitas vezes, nós nem sabemos muito bem o que queremos e mesmo assim exigimos que nossos desejos sejam atendidos.
Para entender o outro é preciso primeiro entender a si mesmo, respeitar nossos limites, pois, nem sempre temos a compreensão de que não estamos nos respeitando, uma vez que não nos percebemos e não aprendemos como fazer isso. Para sair desse ciclo vicioso, uma indicação é que se desenvolva momentos de auto percepção.
Momentos para reflexão, para um contato mais próximo conosco, pois ao nos olharmos melhor, nos acolhemos e nos abrimos para olhar o outro; e uma técnica que pode nos ajudar é a meditação.
Quando falamos de meditação há muitas dúvidas a respeito, mas ela é mais simples do que parece.
A palavra meditar vem do latim, meditare, e significa uma concentração cuidadosa do pensamento, um refletir profundo, um exercício interior, um movimento de voltar-se para o próprio centro. Assim, essa atividade é a chance que cada indivíduo tem de parar e se dedicar a si mesmo, por alguns instantes.
Para começar, basta se dedicar alguns minutos a parar, silenciar e prestar a atenção em sua respiração, evitando distrair-se com os pensamentos, apenas observando a entrada e a saída de ar e assim, ir ampliando a atenção para o corpo e para as sensações.
E nesse momento estabelecer um contato mais íntimo consigo mesmo, apenas observando o que ocorre em seu corpo e em sua mente, sem mudar, controlar ou julgar o que acontece.
Sua prática permite regular a atenção e o estado emocional, pois o individuo passa a apresentar um melhor entendimento do que pensa e sente, criando a possibilidade de uma reconexão com seu estado natural de equilíbrio.
Toda realidade é interpretada pela observação e pelos significados que cada pessoa dá às situações vivenciadas, assim, ao reestabelecermos o comando de nossa mente, passamos a agir com mais inteligência emocional, isto é, temos a capacidade de tomar atitudes e decisões da forma mais adequada a cada situação – ações para um bom atendimento.
Assim, a prática da meditação nos permite desenvolver uma auto comunicação mais eficaz, isto é, nossas conversas íntimas ficam mais efetivas e positivas, permitindo-nos um processo de autoconhecimento e auto aprimoramento.
Quando desenvolvemos inteligência emocional, aprendemos a discernir entre os nossos sentimentos e emoções e os sentimentos e emoções alheios o que nos leva a uma interpretação mais impessoal, objetiva e racional dos fatos.
Aprendemos a gerenciar as reações, as ações e os sentimentos que determinadas situações provocam, nos posicionando de forma a evitar conflitos e confrontos desnecessários.
Meditar é um exercício de voltar-se para si e depois olhar para o outro, só observando, sem julgar, apenas acolhendo. Isso nos permite um melhor autoatendimento para também atender o outro.
Texto publicado também na Revista Executiva News.