Como lidar com nossas emoções, principalmente, as que nos causam sofrimento e dor?
Esse texto é baseado no livro do monge vietnamita Thich Nhat Hanh, Sem lama não há lótus.
Temos a tendência de ver sofrimento e felicidade como coisas opostas, mas são duas faces da mesma moeda – ambos são orgânicos e transitórios. Thich Nhat Hanh diz que “Quando aprendermos a admitir, acolher e compreender o nosso sofrimento, sofreremos muito menos.”
Ele ainda reforça que tanto para sofrer quanto para ser feliz, precisamos estar presentes e em contato permanente com o que está acontecendo. A recomendação, portanto, é não tentar fugir, se esconder ou bloquear qualquer sensação ou emoção e sim vivenciá-la por completo.
Uma das maiores ilusões e que mais ampliam nossa dor é imaginar que poderemos viver uma vida isenta de sofrimento. Aceitar esse fato, diminui as expectativas: sofrimento existe, há um curso que o gera; ele cessa, há um curso que o conduz à cessação. “Se nós conseguirmos aprender a perceber e a habilmente nos envolver com a presença da felicidade quanto com a presença do sofrimento, estaremos indo na direção de gozar mais a vida.” Thich Nhat Hanh
De acordo com Thich, temos dentro de nós as sementes que dão origem tanto à dor e ao sofrimento, quanto à felicidade. As emoções se manifestam em nosso corpo, são orgânicas, elas apenas surgem.
Qual semente estamos regando dentro de nós? Onde colocamos a nossa energia?
Muitas vezes queremos soltar a tensão que um sofrimento causa, mas antes de soltar, precisamos admitir que ela existe. Precisamos parar de nos debater contra o que estamos sentindo e observar, sentir, descansar, respirar para então se curar. É na pausa, na respiração, na atenção plena que está a resposta para lidar com o sofrimento.
“Quando paramos e respiramos atentos à nossa inspiração e expiração, unimos o corpo com a mente e voltamos para nosso lar interno. Sentimos mais plenamente nossos corpos. Estamos verdadeiramente vivos somente quando a mente está junto ao corpo.” Thich
Reconheça o sofrimento “quando ele surge, a primeira coisa a fazer é parar, seguir a nossa respiração e admiti-lo. Não tente negar emoções desconfortáveis ou reprimi-las.”
Quando eu reconheço a emoção, dou lugar a ela consigo perceber onde e de que forma ela se manifesta em meu corpo. Eu costumo dizer a minhas clientes, convide sua emoção (medo, raiva, tristeza) para um chá… veja a serviço de que ela está presente. Reconheça-a, faça amizade com ela para entender o motivo de sua visita. Eu só posso resolver algo, quando admito que esse “algo” existe.
Thich diz “fugimos de nós mesmos porque não queremos estar conosco” e assim, vamos camuflando, mascarando, encobrindo nossos sentidos. Fugimos nos entorpecendo com comida, compras, sexo, redes sociais… criamos formas de evitar nos confrontar.
“Se não tivermos o tempo e a vontade de cuidar de nós mesmos, como poderemos oferecer algum cuidado genuíno às pessoas que amamos?” Thich
É importante trazer à consciência que precisamos parar de fugir e enfrentar seja lá o que for que estamos sentindo. Nomeando e dando espaço para que habitem nosso corpo.
“Acolher nosso sofrimento parece ser o oposto do que queremos fazer, especialmente se nosso sofrimento for muito grande, como é o caso da depressão”. Thich
Quando acolho, tenho a oportunidade de examinar e descobrir por que esse sofrimento se formou. “Nossa dificuldade mais fundamental é que às vezes nos falta uma boa comunicação dentro de nós mesmos. Nós não nos compreendemos” Thich
Essa comunicação começa por observar, acolher e não fugir. É o oposto do que estamos acostumados a ouvir. Faça algo para escapar de sua dor, faça algo para aliviar a tristeza. O convite é parar, contemplar, não fazer, a “não ação” que transforma nossa maneira de sentir.
“A maneira mais efetiva de demonstrar compaixão pelo outro é ouvindo, em vez de falando” Thich
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Muito interessante, gostei do conteúdo!